Depois do fracasso vivido durante a copa do mundo, com uma derrota humilhante diante da Alemanha e a
"conquista" da quarta colocação no mundial, após mais uma derrota
(desta vez, pra Holanda), a Confederação Brasileira de Futebol percebeu que não
estava tudo tão certo como imaginávamos
com a nossa seleção e que havia uma extrema necessidade de mudança (como já foi citado aqui anteriormente) e essa mudança seria apenas no material humano que estaria
à disposição do treinador, como também nas seleções de base e nos clubes
formadores de talentos .
O Brasil, único pentacampeão mundial, país de onde nasceu
Pelé, o maior nome da história do futebol, nunca precisou investir tanto para
que novos nomes surgissem, já que o talento com a bola era tido como algo natural
e que toda habilidade, ginga, malandragem eram suficientes para vencer qualquer
adversário. Algumas seleções de grande tradição no futebol como Itália, Inglaterra
e a própria Alemanha (até então), nunca apresentaram um futebol sequer parecido
com o nosso, no que diz respeito ao espetáculo,
jogando aquele jogo robotizado, com jogadas muito mais mecânicas, sem o
improviso ao qual estávamos acostumados e por mais que essas seleções não
enchessem os nossos olhos, nunca deixaram de ser competentes. Se hoje a seleção
brasileira necessita urgentemente de uma reformulação, grande parte dessa necessidade
parte de uma soberba criada ao longo do tempo, a teoria do "Com o
brasileiro não há quem possa", uma teoria em que nós a todo tempo ensinamos
ao mundo como se jogava , sem que o mundo pudesse nos acrescentar em nada.Se o mundo todo tem a ensinar futebol ao Brasil
ninguém sabe dizer, mas que Alemanha e Holanda deram lições grandiosas, disso não há dúvidas.
Agora resta ao Brasil correr atrás do tempo perdido, preparar
o futuro da seleção , pra que não sejam
vividos mais massacres como viveu dentro da própria casa, em que até o
adversário fica com pena.
E esse caminho parece estar começando a ser desenhado para
gerações futuras, vem uma safra de jogadores muito boa por aí, se pegarmos os
últimos anos do futebol brasileiro, poucos são os exemplos de jogadores que
saíram do Brasil diretamente para clubes de ponta europeus (Neymar, Lucas e
Oscar, únicos que lembrei rapidamente).
Além das promessas que estão
esquecidas lá fora, como Lucas Piazon, Adryan, temos outros exemplos ganhando
destaque como Anderson Talisca que continua no Benfica -POR jogando bem como
estava jogando pelo Bahia no começo do brasileirão, Marquinhos, por vezes
titular no PSG, que conta com uma das melhores duplas de zaguieiros do mundo, a
zaga titular da seleção braileira na última copa e Rafinha que foi eleito pelo
Celta de Vigo, a revelação do campeonato espanhol da temporada passada e na sua
volta de empréstimo pro Barcelona vem
sendo usado com certa frequência pelo técnico Luis Henrique num elenco que
conta com estrelas do futebol e jogadores mais jovens tem que lutar muito para
conquistar um espaço. No Brasil, alguns jovens talentos vêm figurando como
titulares em suas equipes e despertando interesses de grandes clubes lá de
fora, como está acontecendo com Douglas
Coutinho do Atlético-PR, Lucas Silva do Cruzeiro e recentemente aconteceu com
Dória ex-Botafogo, já negociado com o futebol francês.
Talvez se o Brasil não tivesse tomado o baile que tomou em dois
jogos consecutivos na copa, nenhuma lição teria sido tirada e a seleção continuaria
na mesma situação, na esperança que Neymar
ganhasse os títulos para a alegria do povo, mas não estamos mais nos
tempos que um jogador só ganha um campeonato inteiro. É preciso mais que um
time titular forte para vencer a próxima copa, é preciso um time capaz de se
modificar de acordo com cada situação de jogo, é preciso peças de reposição
para substituir os titulares com a devida competência ou que até crie no
treinador a dúvida em relação a quem vai colocar pra jogar. Até lá existe um
longo caminho a ser trilhado, com calma com os talentos que irão surgir, competência
para administrar e, principalmente, vontade de vencer e dar orgulho a um povo
que respira futebol e vê o esporte quase que como uma religião.
#PrafrenteBrasil
Muito bom Bruno Peçanha!
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